Exit in Public #7: Turbulência no mercado… qual impacto no M&A tech? 🐻
Evolução dos múltiplos de receita nos M&As Tech de 2016 a 2022.
O Exit in Public é uma iniciativa pessoal que visa abrir a caixa preta do M&A de startups com fundadores, investidores, colaboradores e quem mais possa se interessar sobre o assunto.
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Fala, pessoal!
Antes de mais nada, gostaria de agradecer as dezenas de feedbacks que recebi e o apoio no compartilhamento do Painel de Deals by Exit in Public.
Fico feliz de saber que a ferramenta, mesmo que numa versão ainda inicial, já tenha gerado valor para tantas pessoas!
Certamente não vou parar por aqui… Já acrescentei vários insights que recebi ao roadmap e espero, muito em breve, trazer todas essas novidades para vocês.
Quer me ajudar na priorização do roadmap? Só tirar 2 minutinhos e responder este formulário AQUI.
Como de costume, deixo meu muito obrigado e vamos para a edição de hoje!
TL;DR:
Ajude o Painel de Deals a evoluir respondendo a pesquisa AQUI;
Um resumo (do resumo) do cenário atual;
Análise de 160 deals envolvendo empresas listadas e empresas de tecnologia entre o período de 2016 a 2022;
Como os múltiplos EV/Revenue evoluíram no período, com e sem earnout;
COVID Boom e COVID Hangover também nos M&As Tech
Estamos passando por um momento turbulento de mercado…
Mas a essa altura, provavelmente, isso já não é uma novidade para você.
Afinal, nos grupos com empreendedores e investidores não se fala em outra coisa.
De modo a não chover no molhado, percebo, de maneira resumida, que as ideias mais frequentes que aparecem nesse debate são:
Análises do porquê estamos vivendo o que estamos vivendo, quais são as causas, fatores macroeconômicos e afins;
Argumentações de como a correção do mercado público vai chegar no privado;
Questionamentos sobre em quanto tempo isso vai acontecer ou se já está acontecendo;
Por quanto tempo vai durar esse cenário;
Como o ecossistema de startups vai reagir, ou está reagindo;
Como lidar com esse cenário: conselhos, dicas, táticas…;
Previsões do que pode vir a acontecer no futuro.
Para cada item desse, tenho visto excelentes materiais sendo produzidos, como por exemplo as reflexões e o compilado feito sobre o tema na edição #58 da DealflowBR.
Por outro lado, também, tenho visto materiais com excesso de informação repetida e uma busca exarcebada por ter uma opinião ou conselho sobre o tema… O tweet abaixo resume de maneira bem humorada este tipo de comportamento que tenho observado.
Uma forma de enxergar essa discussão toda, e que tendo a concordar, é a do Jasom Lemkin do SaaStr que argumenta:
[…] what matters most for founders? Ultimately — revenue multiples.
Revenue multiples are how much VCs, investors, and ultimately, an IPO and public markets will value each dollar of revenue. The reality is, the higher multiples are, the easier it is to get funded, the more everyone’s shares are worth, and more. And the lower multiples are, the harder anything involving external financing matters. Revenue multiples don’t affect customers, or even revenue itself. But they are very important to just how hard the journey will be.
E daí que surge a dúvida: como estão os múltiplos das saídas de empresas tech brasileiras até aqui em 2022 e como eles se comparam com anos anteriores?
Minha ideia hoje é tentar responder a essa pergunta, com base nos dados que venho levantando no Painel de Deals, de modo a adicionar um ângulo novo ao debate.
Bom, vamos lá.
A análise foi feita com 160 deals envolvendo empresas listadas e empresas de tecnologia entre o período de 2016 a 2022.
Quando analisamos os múltiplos de receita sem earnout, fica claro como 2021 foi um ano incomum e que estamos voltando para as médias e medianas históricas pré-pandemia.
Já quando analisamos os múltiplos com earnout, o movimento é análogo, mas com uma dispersão maior entre os percentis e uma queda ligeiramente menos acentuada nas médias e medianas.
Na minha visão, faz sentido, dado que o earnout é usado para cobrir o gap de valuation entre quem compra e quem vende. Nesse sentido, num momento de incertezas como o atual, uma forma de tentar fazer a manutenção dos preços pagos é seguir usando este mecanismo de maneira mais arrojada.
Aos que preferem ver com mais clareza a evolução dos números, deixo a tabela que deu origem aos gráficos abaixo.
Comparando 20 x 21 e 21 x 22, é interessante observar o “COVID Boom” e o “COVID Hangover”, comentado acima, também nas transações de M&A Tech envolvendo empresas brasileiras.
Estou particularmente curioso e atento para entender como esses números vão evoluir ao longo dos próximos quarters do ano e, certamente, irei atualizando vocês nas próximas edições!
Como de costume, fico aberto a sugestões e feedbacks. Até a próxima!
Disclaimer: As análises e opiniões são minhas. Esse post tem apenas caráter educativo que visa apoiar empreendedores, investidores e demais interessados em melhor analisar transações de M&A divulgadas no mercado.
Referências que me inspiraram na construção desta edição:
DFBR #58 - Market Pull > TAM, Guilherme Lima
SaaS Multiples Are At a 3+ Year Low. Where It Goes From Here, Jason Lemkin
SaaS e M&A no Brasil, Vindi
State of Current Market, Logan Bartlett
Clouded Judgement 5.20.22, Jamin Ball
Reversion to the mean: the real long COVID, John Luttig
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Grande abraço,
Luiz