Exit in Public #21: o perfil dos exits de investidas de VCs 🗃️
Tipos e timeline de saídas, exit rate, transações locais e cross-border e mais.
O Exit in Public é uma iniciativa pessoal que visa abrir a caixa preta dos exits tech com fundadores, investidores, colaboradores e quem mais possa se interessar sobre o assunto.
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Oi, turma! 👋
Eu não escrevo com a frequência que gostaria por aqui.
Mas me enche de alegria ver artigos que produzi ao longo dos últimos 3 anos servindo como inspiração e referência para outros colegas de mercado.
A ideia da Exit in Public é justamente essa: fomentar discussões sobre exits de empresas de tecnologia na LatAm.
Portanto, no apagar das luzes de 2024, quero dividir com vocês uma nova análise que venho trabalhando.
A ideia é simples: analisar o perfil das saídas das empresas investidas por fundos de VC.
Qual é esse perfil? Bom, começo a tentar responder isso na edição de hoje.
Convido, como de costume, vocês a dividirem comigo suas críticas e sugestões.
Espero que gostem. Boa leitura a todos!
TL;DR:
Algo que eu sinto falta: entender o perfil dos exits das investidas de um determinado fundo de VC, seja ele qual for
O número de exits é apenas parte da história. É importante entender a magnitude dos acertos
Seria o exit rate uma métrica de vaidade ou uma boa ferramenta de comparação?
Dentro de um mesmo tipo de saída, há outcomes muito distintos entre si
É interessante entender o ritmo de saídas em momentos de mercado distintos entre si, de alta e de baixa
Se a saída será local, vale a estrutura offshore?
Time to exit: 5 anos na mediana. 7 anos na média para empresas VC-backed
Post-mortem de startups é uma contribuição subestimada no ecossistema
Algo que eu sinto falta: entender o perfil dos exits das investidas de um determinado fundo de VC, seja ele qual for.
Apesar de não ser uma regra, não é raro você entrar nos sites dos fundos e ver o portfólio de investidas.
Alguns vão além e mostram não só seu portfólio atual, mas o passado.
Tem aqueles que no portfólio passado optam por mostrar não só os exits expressivos, mas as empresas que não tiveram o sucesso almejado também.
Em alguns casos você até encontra um link ou uma breve descrição para trazer mais cor às transações.
O fato é que varia muito: quem mostra, o que mostra e como mostra.
Se você vai a uma plataforma de mercado, você até encontra uma lista de transações, detalhes linha a linha e alguns big numbers (ex.: # de investimentos, # de saídas, etc).
Mas minha percepção é que para por aí.
Para os mais curiosos, você pode ir buscando notícia atrás de notícia ou cavando outras fontes públicas disponíveis (CVM, SEC, LinkedIn, etc)…
Mas ainda assim é algo deal a deal e que convenhamos que são poucas pessoas que terão o tempo e disciplina de ir atrás.
Uma categorização dos tipos de saídas, uma linha do tempo de quando elas aconteceram, se foram transações entre players locais ou internacionais, o time to exit dessas empresas e mais…
Eu acredito que tem valor em tentar gerar informação a partir desses dados espalhados e desestruturados.
Se eu espero que seja algo perfeito? Não. Mas espero que direcionalmente nos ajude a gerar alguns insights.
Racional
De início, a título de exemplo, selecionei os quatro fundos melhores ranqueados na Pesquisa com Empreendedores I, da Spectra, são eles: Kaszek, Monashees, Astella e Valor.
Usando o Internet Archive, puxei dos sites dos fundos, ao longo de todos os anos desde sua fundação, as atualizações em suas páginas de portfólio, o que me indicava empresas que foram adicionadas ou removidas da listagem.
Com isso, cheguei a uma amostra de ‘saídas’ de n=156 para serem trabalhadas na análise.
Enriqueci as informações com notícias, publicações no LinkedIn e outras informações publicamente disponíveis, bem como com o apoio de plataformas de mercado como Pitchbook e Crunchbase.
Com isso, classifiquei as transações sob uma série de parâmetros.
Considerei o ‘exit’ não na perspectiva dos fundos e, sim, das empresas investidas por eles.
Ex.: se o fundo fez um write-off, mas a empresa foi adquirida por um outro player posteriormente, considerei a transação como uma aquisição.
Obs.: a classificação pode conter erros e, por isso, convido os leitores que conhecem alguma das transações que me indiquem o que deve ser ajustado.
#1: Kaszek
Algo comum que é feito no mercado é dar destaque ao número de exits que um determinado fundo tem.
Apesar de entender a proxy por trás, é importante entender que o número de exits é apenas parte da história. É importante entender a magnitude dos acertos.
A Kaszek, por exemplo, tem um dos principais - senão principal - cases do mercado: o Nubank. Ele por si só já é ordens de grandeza superior a dezenas de outros exits.
Mas a Kaszek é reconhecida como nº 1 não por acaso… ela tem volume expressivo de saídas E saídas de grande magnitude - respect! 🤜🤛
Dito isso, seria o exit rate, como publicado por exemplo pelo CBInsights, uma métrica de vaidade ou uma boa ferramenta de comparação?
Outro ponto interessante de destacar: dentro de um mesmo tipo de saída, há outcomes muito distintos entre si. Not all M&A is created equal.
Veja, por exemplo, no box de aquisições por empresas privadas, temos:
uma saída como a da Legiti para a Signifyd que indica um acquihire
a saída da Remessa Online para o EBANX por mais de um R$ 1 bi
e, ainda, uma saída intra-portfólio, ou seja, a incorporação da Cuidas pela Alice, ambas empresas investidas pela Kaszek.
Nessa visualização quis destacar especial às evoluções e quantidades de transações por tipos de saída no tempo.
É interessante entender o ritmo de saídas em momentos de mercado distintos entre si, de alta e de baixa.
Se a saída será local, vale a estrutura offshore?
Essa é uma discussão que já vi bons argumentos de ambos os lados.
Independente de qual seja sua opinião, é interessante observar que os deals entre empresas brasileiras concentram metade das saídas para o caso das investidas da Kaszek. Mas, ao mesmo tempo, a outra metade indica um apelo global, dos EUA aos EAU.
Time to exit: 5 anos na mediana. 7 anos na média para empresas VC-backed.
Essa conclusão não é de hoje e vai em linha com um estudo anterior que publiquei por aqui.
Post-mortem de startups é uma contribuição subestimada no ecossistema.
Veja por exemplo o post-mortem da Neta. Na minha visão, um ato de coragem e que em muito contribui.
Gostaria de ver mais relatos como esse…
Curiosidade: eu mesmo com meu amigo de jornada, o Zeca, tentamos documentar em um post-mortem nossos aprendizados com o Painel de Deals.
#2: Monashees
Em manutenção.
#3: Astella
#4: Valor
#5: Quem deve ser o próximo?
Você escolhe!
Me manda um email com quem você gostaria que fosse o próximo portfólio de investidas analisado. 😉
Disclaimer: As análises e opiniões são minhas. Esse post tem apenas caráter educativo que visa apoiar empreendedores, investidores e demais interessados em melhor analisar transações de exit divulgadas no mercado.
Referências e links úteis:
Wayback Machine, Internet Archive
Pesquisa com Empreendedores, Spectra
VC Radar, Emerging VC Fellows
The 5 early-stage LatAm VCs with the strongest exit rate, CBInsights
Startup post mortem: Neta, Nicolás Abad
Time to Exit em M&As Tech ⌛, Exit in Public
Post Mortem do Painel de Deals 🚪, Exit in Public
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Grande abraço,
Luiz
Parabéns pelo excelente artigo, @Luiz. Carecemos muito de estudos com profundidade no ecossistema. Muito bom ler conteúdo de qualidade em português!
muito bom